segunda-feira, 26 de maio de 2008

O valor da Verdade: seja para a vida, seja para a morte


A beleza do livro de Atos está no fato de que os episódios narrados por Lucas de tudo o que viu e ouviu acerca do ministério dos apóstolos são fruto das origens da Igreja Primitiva...

Por isso, ler Atos significa rememorar o surgimento, a origem, a essência dos atos dos “primeiros cristinhos”, assim como eram chamados, num sentido pejorativo, os que seguiam os ensinamentos de Cristo...

Em Atos 5: 1-11 há uma narrativa muito interessante sobre um casal que fazia parte desta igreja em Jerusalém mas que, em dado momento, agiram contrariamente ao que Cristo havia ensinado...

Uma das características da Igreja Primitiva era que ninguém que fizesse parte dela passava necessidades, pois como relata o livro bíblico, “nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade” At 4:36-37)

Ananias e Safira haviam vendido um campo, e desejavam faturar duplamente: com a venda em si; e com a imagem da venda, significando 100% de generosidade aos sentidos dos outros, porém, num caixa dois tentavam esconder tal coisa do Espírito Santo. Assim, retiveram o que desejaram [uma parte]; e, do restante, fizeram uma oferta aos pés dos apóstolos, dizendo:

Vendemos um campo, e aqui está a totalidade”.

Ananias foi o ofertante oficial. Safira vem apenas três horas depois, e sem saber que seu marido caíra morto quando sua mentira fora revelada pelo Espírito Santo a Pedro, sendo indagada, contou a mesma lorota de crente ateu. Então, informada do que acontecera ao marido antes de sua chegada, caiu morta também.

Ananias e Safira tiveram a Graça de morrer em razão da mentira. Eram amados. Não eram bastardos. Caíram diante da verdade.

À mera semelhança de Ananias e Safira está a figueira que, de modo anômalo, tentava dar aparência de fruto três meses antes da estação própria. Todas as demais figueiras de Israel estavam peladas de folhas. Isto porque a figueira é uma árvore que primeiro apresenta os frutos, e só depois a folhagem. A oferta de folhagem era a promessa da certeza de haver fruto.

Mas não havia, era só camuflagem! Foi também por essa razão que nenhuma figueira nua de folhas foi amaldiçoada no monte das Oliveiras; mas tão somente aquela representante vegetal do espírito da religião.

As folhagens da figueira expressavam a realidade espiritual de Israel: cheio de religião; cultuando mais o Templo que no Templo; amando mais a Lei que o Criador; crendo mais nas mecânicas rituais do que na Graça de Deus.

Assim, Ananias, Safira e a figueira foram consumidos diante da Verdade”.

A Verdade de que não podemos nos esconder daquilo que somos...

Ananias e Safira tentando se passar por generosos...

A figueira camuflando uma estação que não era a sua...

E assim estamos diante de Deus...

Nus...

Sem camuflagem...

E Deus ama a todo aquele que não teme ser verdadeiro para com Ele.

Vanessa