segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Liberte a criança que existe em você!






A criança, a infância, a adolescência, a fase pueril, “inocente”, nem sempre foram vistas com o mesmo olhar de hoje. A velha sociedade tradicional via mal a criança, e pior ainda o adolescente.

A duração da infância era reduzida a seu período mais frágil. De criancinha pequena ela se transformava imediatamente em homem jovem, sem passar pelas etapas da juventude, que talvez fossem praticadas antes da Idade Média e que se tornavam aspectos essenciais das sociedades evoluídas hoje.

A transmissão dos valores e dos conhecimentos, e de modo mais geral, a socialização da criança, não eram, portanto, nem asseguradas nem controladas pela família. A criança se afastava logo de seus pais, e pode-se dizer que durante séculos a evolução foi garantida pela aprendizagem, graças à convivência da criança ou do jovem com os adultos. A criança aprendia as coisas que devia saber ajudando os adultos a fazê-las.

A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade.

Na sociedade moderna, a escola substituiu a aprendizagem como meio de educação. A criança passa a ser separada dos adultos e mantida a distância numa espécie de quarentena, antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi a escola. E assim começa um longo processo de enclausuramento das crianças (como dos loucos, dos pobres, das prostitutas, dos ladrões), que se estenderá até nossos dias, e ao qual se dá o nome de escolarização.


E hoje, em pleno século XXI, assistimos a uma revolução pedagógica responsável pela formação do imaginário que, segundo Franco Cambi, “ não passa mais pelo mundo familiar ou das culturas locais, a não ser uma escassa parte, mas, antes, é dominada pela televisão (...), e agindo sobre o imaginário, penetra com seu alimento e seu veneno em toda a personalidade infantil, adolescente e juvenil (sobretudo), (...) regulando modas, consumos, modelos e comportamento”.

As crianças têm sofrido muito, pois muito mais que um enclausuramento pelo viés da família e da escola, nossas crianças têm sido expostas a um “enclausuramento simbólico” que exige de nós uma grande responsabilidade frente a elas.

Jesus é o pedagogo por excelência, e conferiu respeito, valor, dignidade aos pequeninos quando afirmou em Mateus 21:16 que o perfeito louvor vinha da boca dos pequeninos”. Jesus envolveu-se com crianças curando, abençoando, providenciando alimento, libertando, impondo as mãos. No seu envolvimento com crianças, Jesus as incluiu em 7 milagres, 3 parábolas e 8 ensinos.

Quando Jesus estava com Seus discípulos, estes lhe perguntaram quem era o maior no reino dos céus. Ele tomou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes que aquele que não se tornasse como uma criança não entraria no reino dos céus, mas aquele que tivesse um coração humilde como o de uma criança, esse seria o maior no reino dos céus.

E disse mais: Qualquer que fizer tropeçar a um desses pequeninos, melhor seria que atasse uma pedra de moinho ao pescoço e fosse afogado nas profundezas do mar (Mt 18:1-7).

Que grande tarefa!
Cuidar bem dos pequeninos e aprender com eles.

Em verdade vos digo que quem não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele” .

Que possamos libertar a criança que existe em nós!

Grande beijo,
Vanessa

Um comentário:

Eslon Bueno disse...

Bons tempos onde aprendíamos as coisas com os adultos. Foi assim comigo em relação ao laboratório e alguns socorros emergências, aprendi vendo meus pais.
Realmente as crianças de hoje são tratadas como pequenos adultos. As crianças não brincam, mas tem aulas de natação, Inglês, Tênis, computação, estudam e etc. Os pais saem e as crianças ficam com "estranhos". Quanto mais o tempo passa menos tempo se passa em família. E o que fazer? Aproveitar os minutinhos que temos juntos?
Bom, enquanto a resposta não vem, estou saindo pra roça pra brincar com os meninos. Vamos acampar, pescar e tirar leite da vaca.
Grande beijo!

obs: se eu libertar mais a crianças que tenho volto pro últero de mamãe,hehehehehehehe!