domingo, 19 de outubro de 2008

O eu-profundo que em mim habita


O que, de fato, nos torna seres humanos?

Tal pergunta parece, a priori, fácil de ser respondida... todavia, a dimensão do “eu” carrega alguns elementos decisivos que nos constituem como um ser que se diferencia de todos os demais...

Somos seres que choram, que se alegram, que projetam, que pensam, que escravizam, que libertam, que buscam, que se perdem, que amam, que sonham... enfim... seres que produzem os mais diferentes tipos de sentimentos e afetividades...

Somos seres constituídos por uma hereditariedade orgânica (genética), impressa em nossa existência no momento da concepção...

Somos também produto do meio, seja familiar ou social, que também “deixa marcas” em nossa existência por meio do “caldo residual” familiar de todos os que nos precederam ou através das relações entre sujeitos com os quais negociamos nossas ações...

Seres que sofrem influência do poder econômico, o qual determina o modo como encaramos o significado do ser ou não ser... que quase sempre nos inclina pela troca do ser pelo ter...

Somos seres políticos, que vivem num espaço-tempo que nos influencia na construção de uma cosmo-visão, a qual determinará nossas ações frente às questões de governamentabilidade...

Seres com uma arquitetura psicológica e condicionamentos cerebrais complexos, além de possuirmos um conjunto de acidentes afetivos que nos “esbarrarão” durante todo o curso de nossa existência com marcas de amor, de ódio, de fidelidade, de perdão...

Seres que sofrem de uma influência espiritual, que agem no campo da invisibilidade, sempre usando a produção dos humanos...

O conjunto de todas essas dimensões nos constitui como seres humanos... mas o que nos torna diferentes é a eternidade "plantada" no âmago do nosso coração e que nos faz dependentes e necessitados de um relacionamento com Alguém que seja maior do que nós mesmos...
Assim... que ao lançarmos nossos olhares para o eu-profundo que habita em nós, possamos nos entender à luz de cada uma dessas dimensões: todas elas presentes do Altíssimo para vermos e avaliarmos conscientemente o que desejamos abraçar como nosso e o que sabemos que, embora sendo nosso, não faz bem à vida!

“Sonda-me ó Deus, e conhece o meu coração, vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. Sl 139

Que Deus perscrute os porões do nosso ser, no ambiente do mistério absoluto de quem, de fato, somos... e altere, desde as raízes , tudo aquilo que não procede Dele, que nos deixa perplexos, assustados e abatidos e nos distancia da Sua intimidade.
Vanessa

3 comentários:

Daiane Landim disse...

Muiito bom essa texto,nos leva a uma reflexão muito interessante;)otimo!!

Eslon Bueno disse...

Vanessinha do meu coração.. o que seria da minha vida sem vc. Seus textos me faz repensar muitas coisas e não existe outra resposta a não a desconstrução do ser e a busca pelo entendimento simples da graça do Pai.
Continue nos influênciando com seus artigos.
Beijo no coração,

Túlio disse...

Fora o quanto somos influenciados por nossos sentidos e nescessidades fisiológicas.

Este tipo de reflexão sempre me leva a uma pergunta:
Possuimos livre-arbítrio ou somos determinados antes de nosso nascimento?