Amados irmãos, queridos amigos, Graça e Paz!
Ontem tivemos um encontro esplendoroso! De antemão, quero agradecer a presença de todos vocês: Leonardo e Vanessa; Ester (mamãe); Cláudia e Arnaldo; Neivia; Beto; Luiz Carlos e Vânia; Regina; João e Tânia; Jonas Júnior, Gláucia e Ana Vitória; Eliana e Severo bem como as crianças.
O tempo foi jóia, compartilhamos sobre a semana, sobretudo com suas tristezas, alegrias, derrotas e vitórias.
O texto lido foi de Efésios 4: 1-24
Gosto do livro de Efésios, pois diferentemente das outras cartas paulinas, não foi escrita com a finalidade de resolver problemas específicos da Igreja. Ao contrário, é uma carta de admoestação aos cristãos para que vivam em unidade e amor uns com os outros e, no decorrer da epístola, apresenta alguns “critérios” para se viver autenticamente assim.
Paulo, de todos apóstolos, é o meu preferido. Isto porque, apesar de ter sido o único a não conviver com Cristo, foi o que mais viveu Cristo. Em tudo que escreveu, demonstrou estar cheio de Jesus em tudo... E, com isso, nos mostra que, pode-se não ter convivido... fisicamente... e ter-se entendido bem melhor. É ele mesmo, em suas epístolas, quem diz: " “mas Graças a Deus por esse “nascido fora de tempo”, pelo último... o principal dos pecadores... pelo que veio depois de todos... pelo mesmo que não se sentia digno de ser chamado apóstolo... pois perseguiu a Igreja de Deus... por isso diz “nada sou... mas a graça não se tornou vã em mim... por isso, sou o que sou... não eu... mas a graça de Deus comigo”.
Além disso, Paulo é bastante “sartriano” em suas recomendações.
É claro que, como sabemos, para Sartre Deus não existe. O sentido que falo que Paulo traz em suas epístolas um “quê” de Sartre é que, segundo o filósofo, o homem é liberdade, cada um de nós é absolutamente livre a mostrar a sua liberdade, sendo o que escolheu ser. Todas as normas sociais, segundo Sartre, são formas do homem se esconder da angústia gerada pelo absurdo da existência. Por isso, o homem louvado por Sartre é justamente aquele que foge das leis, que não tem nenhuma moral, que não segue as leis e o direito ou os mandamentos, mas que constrói uma moral de acordo com o que construiu para si mesmo. A liberdade é a única fonte de valor para o homem.
Mas a liberdade do homem é uma liberdade comprometida com os outros. A cada escolha o homem compromete a humanidade inteira. Assim, a vida é um compromisso constante, um constante escolher por parte do indivíduo, tanto mais valioso moralmente quanto mais livre.
E é nesse sentido que Paulo sempre, em suas epístolas, responsabiliza o próprio homem por suas escolhas, seus desejos, sua liberdade! Para ele, o diabo é apenas um oportunista frente ao que, nós mesmos, de antemão, desejamos ser.
Em Efésios 4: 17-24, Paulo diz:
Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos; obscurecidos por causa da ignorância em que vivem, pela dureza de seu coração; os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, se é que, de fato, o tendes ouvido e Nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Que lindo! Paulo especifica dois tipos de pessoas: o velho homem, vaidoso, duro de coração, ignorante, insensível, dissoluto (corrupto, devasso), impuro; e o novo homem, instruído por Cristo, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Assim como nos dias de hoje, há aqueles cuja mente ainda está obscurecida porque não receberam a revelação esclarecedora de Deus, pois se encontram alienados ou separados da vida de Deus e, por isso, incapazes de ouvir Sua voz, estando voluntariamente ignorantes a respeito de Deus e de sua verdade. E por causa da dureza de coração, não temem as conseqüências de seus atos.
Ao contrário, há os que buscam um novo estilo de vida, marcado pela renovação da mente, pelo desejo livre de viver Cristo, despojado do velho homem, cuja existência é sartriana, pois a liberdade de ser é uma liberdade comprometida com os outros e, a vida, um constante escolher que, em Cristo, segue a verdade em amor.
Só Deus é capaz de perscrutar nosso coração e nos revelar, de fato, quem somos.
Pena que Sartre, apesar de toda a sua “responsabilidade existencial”, não conheceu e não viveu o Autor da Existência, posto que só Nele, por Sua Graça, seremos verdadeiramente renovados, despojados, livres e comprometidos, em amor, uns com os outros.
Onde você se encontra?
Deus sabe... e quer que você O siga, livremente, voluntariamente... e seja renovado pela Verdade.
Um beijo, Nele, que nos aprisiona ao nos fazermos livres.
Vanessa
Nenhum comentário:
Postar um comentário