Foi com esses elementos que este israelense, nascido em Jerusalém há 65 anos, construiu uma das literaturas mais sensíveis de hoje sobre o "humano, demasiado humano", para emprestar a expressão de Nietzsche. E em seu livro contra o fanatismo, Amós Oz escreve:
" Creio que a essência do fanatismo reside no desejo de forçar as outras pessoas a mudarem. A inclinação comum de melhorar seu vizinho, de consertar seu cônjuge, de guiar seu filho ou de endireitar seu irmão, em vez de deixá-los ser.
O fanático é uma criatura bastante generosa. é um grande altruísta. Freqüentemente, o fanático está mais interessado em você do que nele próprio. Ele quer salvar sua alma, quer redimi-lo, quer libertá-lo do pecado, do erro, do fumo, de sua fé ou de sua falta de fé, quer melhorar seus hábitos alimentares ou curá-lo de seus hábitos de bebida ou de voto.
O fanático importa-se muito com você, ele está sempre ou se atirando no seu pescoço, porque o ama de verdade, ou apertando sua garganta, caso você prove ser irrecuperável. E, de qualquer modo, falando topograficamente, atirar-se no pescoço de alguém ou apertar sua garganta é quase o mesmo gesto. De qualquer jeito, o fanático está mais interessado em você do que nele próprio, pela razão muito simples de que ele tem um si próprio muito pequeno, ou nenhum si próprio, em absoluto". ( Amós Oz, contra o fanatismo)
" Creio que a essência do fanatismo reside no desejo de forçar as outras pessoas a mudarem. A inclinação comum de melhorar seu vizinho, de consertar seu cônjuge, de guiar seu filho ou de endireitar seu irmão, em vez de deixá-los ser.
O fanático é uma criatura bastante generosa. é um grande altruísta. Freqüentemente, o fanático está mais interessado em você do que nele próprio. Ele quer salvar sua alma, quer redimi-lo, quer libertá-lo do pecado, do erro, do fumo, de sua fé ou de sua falta de fé, quer melhorar seus hábitos alimentares ou curá-lo de seus hábitos de bebida ou de voto.
O fanático importa-se muito com você, ele está sempre ou se atirando no seu pescoço, porque o ama de verdade, ou apertando sua garganta, caso você prove ser irrecuperável. E, de qualquer modo, falando topograficamente, atirar-se no pescoço de alguém ou apertar sua garganta é quase o mesmo gesto. De qualquer jeito, o fanático está mais interessado em você do que nele próprio, pela razão muito simples de que ele tem um si próprio muito pequeno, ou nenhum si próprio, em absoluto". ( Amós Oz, contra o fanatismo)
Mas, como podemos reagir ao fanatismo ou nos preservarmos dele?
Com imaginação, é a resposta de Amos Oz: «Sentido de humor, a capacidade de imaginar o outro, a capacidade de rirmos de nós próprios constitui uma cura parcial, a capacidade de nos vermos como os outros nos vêem é um outro remédio. A capacidade de conviver com situações cujo final está em aberto, inclusivamente de aprender a desfrutar com essas situações, de aprender a desfrutar com a diversidade, também pode ajudar.
E o que é humor para Amós Oz?
Humor é relativismo, humor é a habilidade de nos vermos como os outros nos vêem, humor é a capacidade de perceber que, por muito cheia de razão que uma pessoa se sinta e por mais tremendamente enganada que tenha estado, há um certo lado da vida que tem sempre a sua graça. Quanto mais razão se tem, mais divertida se torna a pessoa. E para ele, “onde temos razão não podem crescer flores”.
E se assim é, todos nós temos um gene fanático dentro de nós...
E o fanatismo, a meu ver, é a tentativa humana de querer mudar o outro...
E para o fanático, conforme prescreve Amós Oz, os fins justificam os meios... Ou seja, vale qualquer coisa para “salvar” o outro daquilo que ele condena...
O fanático é um ser que, embora generoso...
Se faz divino ao assumir o papel de Deus.
Isto porque as Escrituras afirmam que “Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2:13)
Desejar o bem do outro, orar por ele, aconselhar, sofrer junto, estender a mão, não significa e nem pode significar impedi-lo de ser...
O papel de convencer ou converter pertence a Deus, da Sua Essência em nós: o Espírito Santo...
E Graças a Deus por isso.
Nele, que faz crescer flores em nós quando nos despojamos de nossas razões, de nossas certezas, de nossas convicções e apenas O deixamos ser em nós.
E eu não quero ter um si próprio pequeno, mas um Ele próprio em mim, que me guia, me convence, me leva...
Vanessa
3 comentários:
Ahh quee liiindo texto!amei!
Oi Vanessa, como sempre seus textos são profundo e maravilhosos.
Gostei muito do que Amós escreve sobre o que é o humor.
Quero meditar um pouco mais sobre isso: " Humor é relativismo, humor é a habilidade de nos vermos como os outros nos vêem... Quanto mais razão se tem, mais divertida se torna a pessoa "...
Quero usar seu blog em 2009 como referência em algumas palestras que vou ministrar. Beijo no coração,
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